Iaçu escreve carta e diz a Bell Marques que cidade não descerá ao seu caráter
O radialista Ronaldo Ramos, apresentador do Programa Rádio Repórter, e o vereador Amaral Junior, de Iaçu, encabeçam uma lista exigindo a retratação por parte do vocalista Bell Marques, da Banda Chiclete com banana, após o mesmo ofender a população do município, chamando seus cidadãos na forma depreciativa de "tabaréu".
Uma Carta aberta endereçada a Bel Marques, foi divulgada ontem, assinada como sendo um desabafo “da cidade”. A carta é dura. Explica a importância de Iaçu no contexto da história do Brasil e garante que a cidade não descerá ao "caráter de afrontador despropositadamente do cantor". Abaixo, a carta na íntegra.
Ilustríssimo Senhor, Washington Marques da Silva, conhecido como Bel ex-líder do Chiclete com Banana. Talvez nem devesse tratá-lo como ilustre, coisa que Vossa Senhoria acaba de fazer por desmerecer. Eu me chamo Iaçu, estou encravada no coração da chapada diamantina, alguns respeitosos e diferentes de sua senhoria, tratam-me como berço do descobrimento do Brasil. De cidade histórica, de povo ordeiro e por Deus abençoado. E por falar em Deus, senhor, Bel, estou discorrendo essas duas linhas sobre a sua brincadeira de péssimo gosto em que insinuaste sem sombra de deturpação da interpretação, que o meu povo é Tabaréu, o rechaço, veementemente, de posse de um exemplar do livro dos livros, a nossa Bíblia Sagrada, para a quando colocares a cabeça no travesseiro. No livro do meio Irmão de Jesus, o apóstolo Tiago, Capítulo 3, ela narra algo induvidoso e que penso encaixar como uma luva na sua figura desatina. Diz assim: ”Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo
inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; Mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. Pois é, senhor Bel! Ocorre que em vez de nos abençoar preferistes nos colocar pecha de tabaréu, que segundo dicionaristas da grande internet significa aquele que varre bosta de galinha da porta de casa usando uma vassoura de piaçava, que bebe quentão em pleno dezembro. Que só tem dois dentes. Nada contra as galinhas, a vassoura piaçava e a quem só tem dois dentes, não fosse o sentido pejorativo e vexatório em que proferistes com tua língua indomável. Poderíamos ouvir isto de qualquer pessoa comum, mas, não de um homem público em que meu povo ajudou tanto a comprar discos e ir aos seus shows, inclusive, a carnavais da vida. Assisto e ouço há longos 30 anos meu povo o reverenciar. Comigo, os meus filhos iaçuenses acredita por mais de três décadas que parte a música Fé Brasileira o “senhor” o teria feito também para nós baianos, brasileiros de Iaçu. Relembremos uma estrofe: Vendo rolar o suor no rosto brasileiro - Vou dizer do coração - Sou da América Latina e não sou estrangeiro pra cantar essa canção - Verde, amarelo, tenho a fé brasileira - Quero sentir teu calor - Pra que o sol e a liberdade possam ter - A esperança perdida de um povo guerreiro - Que luta por nosso Brasil - Um Brasil brasileiro. É Bel!!! Seria tudo mentira o verso e a prosa cantados? Seria o “senhor”, mormente, o banana do chiclete ou serás humilde em pedir desculpas públicas ao meu povo? Espero que os advogados de meu povo, nas pessoas dos senhores vereadores de Iaçu, sejam unanimes em repudiá-lo. Da mesma maneira que a será, em acatar as suas escusas e pedidos de perdão. Certamente, que o meu povo a aceitará, porque, diferente de sua senhoria, seremos respeitador e cavalheiros, para que não desçamos a seu caráter de afrontador despropositadamente. Saudações minhas e do meu povo, Senhor Bel. O aguardamos. Iaçu